terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Compostagem sentimental


Muitas vezes me perguntei o que é o amor. Obviamente não cheguei a nenhuma conclusão, mas sei de uma coisa. Ele é passível de mutação. Assim como qualquer outro sentimento ele muda. Não acredito que o amor, ou a paixão, sejam sentimentos imutáveis. Aliás, a diferença entre paixão e amor é a intensidade. São coisas muito parecidas, mas paradoxalmente, diferentes. Veja bem, o amor é por si só algo inexplicável. O modo como tratamos, aturamos, pensamos, vivemos, convivemos, aceitamos, sacrificamos, beijamos, sentimos, relevamos. Isso tudo conta para o acúmulo ou não do sentimento para ele se transformar em amor. Acho que poucas pessoas já provaram desse sentimento puramente. Posso dizer por mim mesma que eu não faço parte desse grupo seleto de pessoas. Gostaria? Sim. Mas assim é a vida.

Posso também dizer que já passei por situações que me fizeram duvidar do meu sentimento, que me fizeram pensar se era ou não paixão, porque amor eu sei que nunca tinha sido. Não experimentei do amor, e digo do amor, não o paternal, filial ou maternal, mas o que não vem embutido no nosso nascimento. E mesmo esses também podem mudar. Quantos eu já vi que não gostam do pai ou da mãe por motivos próprios. E teoricamente deveria ser um sentimento intrínseco. Enfim, esse outro tipo do amor, o que nós temos um certo controle, e é um amor gerado mas em certo ponto ele pode se tornar incontrolável, é o qual eu me refiro. Digo novamente que nunca experimentei desse privilégio. Paixão? Sim. Esse eu já vivi. E digo que não me arrependo de nenhum deles.

Sabe, o que eu queria mesmo dizer é o que vem agora, é o meu desabafo com o amor. Ou melhor a paixão. É paixão o que sinto e disso eu sei, não tenho dúvidas. É um sentimento diferente dos quais eu já experimentei. Eu sempre me entreguei cegamente aos amantes da minha vida, mas dessa vez foi diferente. As coisas simplesmente fluíam, não teve nenhuma pressão por qualquer motivo. Os sentimentos foram aflorando conforme as coisas caminhavam. E eu acho que esse “conhecimento a longo prazo” foi primordial para que as coisas acontecessem cada uma em seu tempo. Por isso que acho que essa minha fase tem durado tanto tempo e, diga-se de passagem, é o mais longo. Sabe eu nunca fui uma pessoa namoradeira, mas até que eu estou gostando dessa coisa de menino comportado.

Passei por alguns relacionamentos conturbados na minha vida e acho que por isso sempre fugi deles, fazendo uma prospecção dessas confusões amorosas. Eu vim aqui pra dizer que você não deve se preocupar comigo. Eu estou bem, com uma pessoa incrível. Não pretendo me desfazer deste momento tão especial. Às vezes penso se ficaremos juntos. Sou meio romântico nesses momentos, sonhando com um conto de fadas, que não existe porque pessoas perfeitas nunca existiram e se existissem seriam chatíssimas, com que pudesse passar a vida inteira e morrer juntos no mesmo dia, enterrados lado a lado. Sim eu sei que é uma coisa meio fúnebre, profunda e louca de se pensar, mas quem não tem seus momentos de louco, sentimental e viajado. Eu tenho quase sempre, confesso.

Para finalizar essa minha carta, ao qual se propôs muito pouca a sua finalidade que era informar que eu estava, e ainda estou, bem, mas cumpriu seu papel e se tornou quase um meio de me aliviar das coisas que eu sinto. Eu não tenho com quem conversar muito por aqui. Confesso que em questão de amizade eu estou bem mal. É isso.

Fique em paz,

Miguel.

2 comentários:

  1. Hey!

    Eu to comentando aqui pra comentar o post de baixo. Sim, as luminárias são feias. =PP (talvez com uma cor só, talvez com gelatina)

    Esse texto aqui é mais difícil de comentar; deixo pruma outra hotra, outro dia quem sabe. =PP

    o/

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  2. "O amor têm o seu tempo, e ele muda, como mudam as estações."

    Colha dele o que hoje é possível colher de ensinamentos. Belo texto. Terno suspiros.

    um beijo.
    Rodrigo

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