domingo, 11 de abril de 2010

Azul de tom claro.


Hoje eu cheguei em casa pela manha. Só cheguei hoje porque estava com você ontem de noite, e que noite. Pois bem, cheguei em casa, abri a porta e reparei que minha casa estava azul. Não azul, como se as paredes estivessem pintadas. Estava azul em aura. Tudo bem que minha mãe usava um pijama azul, mas isso não influenciou. Estava frio porque passei a noite com você, e agora, sem você, ficou frio. Antes estava quente, com seu corpo junto ao meu.
Voltando, minha casa estava tão fria que ficou azul. Mas não era qualquer azul, parecia um azul que deixava tudo mais escuro apesar de ser um tom claro. Escurecia a minha vista e deixava a minha sala menor do que ela era, até as pessoas ficavam um pouco turvas. Nosso quarto ontem, se é que tinha um tom, por causa de tantos espelhos, podia ser considerado um tom de madeira escura. Tinha um carpete verde também, mas mesmo assim fazia frio, mas ficamos quentes um com o outro. As paredes da minha casa são brancas com prateleiras e espelhos num tom ocre, o que deveria acalorar a sala. Mas ela estava azul.
Alias ontem quando eu estava com você reparei nos azulejos do banheiro, não sei porque, mas reparei. E reparei também em como nós nos damos bem quando estamos sozinhos e quase não discutimos. Minha mãe não discute comigo, alias quase não discutimos, com o intuito de brigar, mas conversamos sobre todos os assuntos. Só não posso dizer sobre você, sabe como ela fica, acha que eu não vou me concentrar nos estudos se eu tiver enamorando alguém. Coisas de mãe, superconservadora, sabe. Ela não entende que você me faz bem, me dá um motivo pra sonhar, acordar, estudar. Ela não vê como uma paixão pode nos incentivar.
Atentando à sala da minha casa. Estava tão frio que me deitei no sofá com uma preguiça que você não poderia imaginar. Sabe quando você viaja pra algum lugar bem frio e fica aquele clima de montanha? É, eu estava assim, com vontade de tomar um chocolate quente e me deitar no sofá com uma meia de lã e um cobertor bem quentinho na frente da TV. Aliás, o Rio está com esse climinha frio, e não posso reclamar. É ótimo para ficar perto de você, que me esquenta com seu corpo. Ao contrário da minha casa nessa manhã, que estava com a aura azul de tanto frio que eu sentia porque não tinha você comigo de novo.

3 comentários:

  1. Aaaaahhh, muito bonito o que vc escreveu, Yuri! =D É bom às vezes esse frio, quando a gente tá com quem a gente gosta: no azul, no amarelo ou no vermelho.

    o/

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  2. Sinestesia, essa coisa de transformamos nossos sentimentos em cores, é algo sensacional. As cores curam, agridem e causam bem-estar. Nos lenbram de alguém, ou da falta que este alguém nos faz. Isso é sentir, e como é bom ter alguém que nos faz sentir!

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  3. Seu jeito de escrever me lembrou alguém que, na minha humilde opinião, escreve muito bem: minha amiga Adrielly. No "Espelho", no meu blog, tem o link pro blog dela, o "_Necessidade_".
    Quando quiser, dá um pulo lá.

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